Publicação do Copom destaca avanços e desafios no cenário econômico brasileiro
O Relatório de Inflação, publicado trimestralmente pelo Comitê de Política Monetária (Copom), apresenta uma análise detalhada das diretrizes políticas adotadas, a evolução recente do cenário econômico e as projeções de inflação. O objetivo é fornecer maior transparência nas decisões de política monetária, contribuindo para a eficácia no controle da inflação.
Economia Internacional
Os mercados de trabalho permanecem aquecidos, influenciando a persistência dos núcleos de inflação. Enquanto alguns bancos centrais já começaram a reduzir as taxas de juros, outros ainda estão por iniciar esse ciclo. A calibragem da taxa de juros para garantir a conclusão do processo de desinflação continua complexa.
Atividade Econômica no Brasil
A economia brasileira apresentou um crescimento significativo no primeiro trimestre de 2024, com aumento do consumo das famílias e dos investimentos. O mercado de trabalho se aqueceu recentemente, resultando em queda do desemprego e aumento dos salários. Apesar das enchentes no Rio Grande do Sul terem causado uma queda na atividade econômica local em maio, sinais de recuperação já são visíveis. A projeção de crescimento do PIB para 2024 foi revisada de 1,9% para 2,3%.
Preços
A inflação acumulada em 12 meses recuou de 4,5% em fevereiro para 3,9% em maio, com uma diminuição também na inflação trimestral. Apesar da redução, a inflação de serviços continua elevada, e as expectativas de inflação futura dos analistas econômicos aumentaram, ficando mais distantes da meta de 3%.
Projeções de Inflação e Riscos
As projeções de inflação foram ajustadas para cima, de 3,5% para 4,0% em 2024 e de 3,2% para 3,4% em 2025. A inflação global elevada e a inflação de serviços acima do esperado representam desafios para o controle da inflação no Brasil. Em contrapartida, uma redução do crescimento econômico global e políticas monetárias restritivas no exterior podem ajudar a reduzir a inflação doméstica. Uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida é fundamental para ancorar as expectativas de inflação e reduzir os prêmios de risco dos ativos financeiros.
Decisão de Política Monetária
A interrupção no ciclo de queda dos juros foi considerada adequada para manter a política monetária contracionista necessária ao processo de desinflação. Em um cenário de incertezas globais e resiliência da atividade econômica, a política monetária deve ser conduzida com cautela. O objetivo é manter a política monetária contracionista em um patamar que consolide tanto o processo de desinflação quanto a ancoragem das expectativas de inflação. O controle da inflação é crucial para o crescimento econômico sustentável e para garantir o poder de compra dos brasileiros.
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